segunda-feira, 23 de março de 2009

Valores equivocados II ! – Crónica 14 (sequência da Crónica 10 e 13)

Capitalismo em perigo ? Foi uma das perguntas mais frequentes que acompanhou o desenvolvimento da crise internacional actual. Creio que nos moldes actuais, sim. Penso que é hora de perceber que o sistema económico-financeiro não pode ser mais importante do que o sistema social de cada nação. As pessoas devem ser sempre o mais importante (não me refiro ao seu enriquecimento continuo e ilimitado, mas à garantia de cuidados minimos – alimentação, abrigo, saúde, educação e justiça) e aquele sistema deve ser uma ferramenta ao serviço destas, e não um brinquedo que alguns sabem (podem) manejar e utilizam em seu exclusivo beneficio (afinal de contas muitos limitam-se a explorar as riquezas naturais do planeta, que deviam ser cuidado e beneficio de todos).
O neo-liberalismo aplicado ao capitalismo cria uma espiral de euforia descontrolada (para não dizer uma selva) e aumenta a diferença de oportunidades e de nivel de vida entre ricos e pobres.
Isto, para dizer que concordo com um capitalismo mais controlado, balizado em determinados limites, para servir toda uma sociedade e não apenas alguma ‘elite’ mais directamente envolvida. Os americanos defendem o seu Capitalismo, como se este fosse o sistema politico que define aquele país. Esquecem-se que a Democracia é esse sistema. E que o capitalismo devia ser uma ferramenta ao serviço daquele. Também os pregões da democracia francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – estão em perigo, ofuscados que ficam pela pujança avassaladora do sistema económico baseado no capital.
Mas os ‘culpados’ não são apenas os politicos e os empresários, mas todos nós que embarcamos no vórtice de consumo desnecessário. Seja por ignorância, por desleixo ou, muitas vezes, apenas porque estamos ‘aborrecidos’ …
A CNN apresentou uma peça com Kevin Cross - o ‘money missionaire’ (missionário do dinheiro). Tal como um pregador das novas religiões, Kevin lança um wake-up call para os maleficios do consumismo, levando as pessoas a queimar os seus cartões de crédito, com a simples filosofia de que ‘se não tens dinheiro não compras’ – muitas pessoas que aderem dizem que se sentem como que libertas de um vício …

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