Finalmente que prestam mais atenção àquela que é a casa de metade dos animais e plantas do planeta – 10 milhões de espécies. Mas finalmente, também, porque a Amazónia está à beira de enfrentar um processo de decadência irreversível !
Um novo estudo demonstrou que um terço da floresta Amazónica está em risco de desaparecer até ao final do século, se a temperatura média aumentar 2º (sem contar com a desflorestação provocada pelo Homem) – acontece que a temperatura já aumentou 0,75º. Se chegar a 1º o processo pode tornar-se irreversível …
Depois da proposta conservacionista de Lula da Silva, Presidente do Brasil, também o Princípe Charles de Inglaterra defendeu, na Conferência do Rio de Janeiro (11.03.09), que, tal como pagamos a água, a luz e o gaz também deveriamos pagar uma taxa (‘utility bill’) para preservar o pulmão da Terra.
‘O pulso da Terra’, uma edição especial de 2008 da revista National Geographic, foi dedicada ao novo paradigma do século para a humanidade – "melhorar a qualidade de vida sem destruir o meio ambiente nessa tentativa". Com os alimentos que consumimos, a madeira que cortamos, a água e os minerais que extraímos, "o ser humano utiliza hoje 30 a 50% do que produz o ecosistema global". Números preocupantes revelam do impacto do Homem no planeta Terra: a população humana atingiu a cifra de 6,6 biliões de habitantes; são já 21 as megalópolis (cidades com mais de 10 Milhões de habitantes); transformámos 35% da superficie emersa do planeta em campos de cultivo e pasto para o gado (sendo que grande parte da superficie restante é inóspita e inabitável); há 100 anos, 90% do território da Tailândia estava coberto por florestas, hoje são apenas 20% …. Mas tal crescimento desmesurado não se reflecte em prosperidade geral: os 50% da população mais pobre detém apenas 1% dos recursos mundiais, enquanto o 1% dos mais ricos detém 40% dos recursos; as duas pessoas mais ricas do mundo possuem uma fortuna superior ao PIB combinado dos 45 países mais pobres, enquanto os países do G20 (os mais ricos do mundo) controlam 86% da economia mundial !!! … Mesmo assim, alguns dos estados mais desenvolvidos do planeta ainda reivindicam a posse de porções de território no Ártico, na Antártida e, possivelmente, na Lua! (extracto do meu próximo livro ‘Os Novos Exploradores e a Aventura dos Sentidos’ – mais em http://aventuraaomaximo.blogspot.com).
Esperemos que a Amazónia não continue a contribuir para este cenário. Segundo dados oficiais, 17% do território da Amazónia (área total de 4,1 milhões de km2) foi desflorestado. Só em Junho’08 foi registada a destruição de 870km2 de floresta, uma área superior à da ilha da Madeira (em Maio, essa área equivaleu à da cidade do Rio de Janeiro), para a qual contribuio maioritariamente o Estado de Mato Grosso. Esta desflorestação é responsável por 80% dos gases que provocam o efeito de estufa no Brasil…
A referida proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi a criação do ‘Fundo Amazónia’ (a 1.Agosto.08, por decreto presidencial). Este fundo de gestão independente por parte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social), com um capital previsto de 900 milhões de dólares (os 100M iniciais doados pela Noruega), tem por objectivos: financiar actividades sustentáveis e outras práticas ambientalmente correctas (incluindo pesquisa científica e tecnológica de apoio a tais práticas), investir em acções de prevenção, monitorização e combate à desflorestação no Brasil.
Para a Greenpeace Brasil, a criação deste fundo significa a aceitação da "relação entre o aquecimento global e a preservação da floresta" por parte do governo. Para um comentador (Gamarra, in FolhaOnline) não é mais do que um derroche – desde 2006 o governo distribuío mais de 532 milhões de Reais por 350 ONG’s que trabalham na Amazónia (só a Fundação Poceti foi ‘agraciada’ com 3,9M). "E a farra com o dinheiro público continua …", concluía …
Apenas podemos tentar imaginar os niveis de corrupção na América Latina. Mas, apesar da ‘gestão independente’ do BNDES, seria melhor que os contribuintes do fundo tivessem acesso a algum tipo de controle, tivessem o direito e o dever de conhecer em detalhe as aplicações e os resultados desses dinheiros. Tal como seria melhor que as contribuições fossem fixadas por país (de acordo com o seu nível de poluição, por exemplo), no sentido da proposta do Princípe Carlos …
(fontes: www.folha.uol.com.br de 31.07.08; http://diariodonordeste.globo.com/cadernos/internacional de 04.08.08; http://noticias.terra.com.br de 05.08.08; http://ww1.rtp.pt/noticias/ de 07.08.08)
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