Nos
anos 90, um homem de nacionalidade alemã a residir no Algarve dizia-me que
estava ‘por aqui’ (fez o gesto da mão a passar pela testa) da Alemanha e das
suas leis e controles, e por isso se tinha mudado para o sul do nosso país…
Hoje recordo-o porque a presente reflexão me fez pensar que, com tantas regulamentações
e controles, as coisas na Alemanha e países do norte da Europa ‘funcionam’!
Naquela altura, nos países do sul como Portugal e Espanha (ou mesmo todos os do
denominado ‘Club Med’), embora as
coisas não funcionassem muito bem e se verificasse já um elevado índice de
corrupção ao nível das ‘classes’ dirigentes, o controle e as regulamentações
eram mais relaxadas e a população que não se implicava podia esgrimir um “desde
que me deixem em paz” para continuar a viver a sua vida sem se incomodar
demasiado…
Hoje, no entanto, com a tendência de aproximação das nossas leis às dos países ‘desenvolvidos’ e/ou subjugação às imposições da União Europeia, começamos também a estar ‘por aqui’ das regulamentações e perseguição do nosso Estado. Este entra, sem pedir licença, nas nossas casas e algibeiras, com a agravante de que aqui o acesso à participação da população na política se mantém controlado (tudo o que não venha da órbita dos partidos políticos ou da capacidade de ‘negociação’ e lobbying dos grandes grupos económicos, simplesmente não avança/funciona), ao mesmo tempo que continuamos a assistir ao deprimente espetáculo da corrupção no seio das ‘classes’ dirigentes, e ao da sua impunidade devido à ‘ineficácia’ (propositada?) da Justiça.
É por isto que Portugal e Espanha (extensível a Itália e Grécia) vivem o pior dos dois mundos: o pior dos países desenvolvidos com o seu excesso de regulações e controle, mas num Estado que não sabe ou não quer permitir que a sua população beneficie disso, que torna sufocante a sua pressão ao intrometer-se com duvidosa legitimidade nas suas vidas privadas (controlando o teu acesso à conta bancária; dizendo-te como educar os teus filhos; impondo-te o número de animais que podes ter; despejando-te de casa…) e esconde a sua incompetência na burocracia; e o pior dos países subdesenvolvidos com os seus elevados níveis de corrupção (por parte da mesma elite que ‘constrói’ as leis mas que também as sabe contornar e beneficiar delas) e os seus procedimentos para obstaculizar à participação ativa da população no processo governativo.
Hoje, no entanto, com a tendência de aproximação das nossas leis às dos países ‘desenvolvidos’ e/ou subjugação às imposições da União Europeia, começamos também a estar ‘por aqui’ das regulamentações e perseguição do nosso Estado. Este entra, sem pedir licença, nas nossas casas e algibeiras, com a agravante de que aqui o acesso à participação da população na política se mantém controlado (tudo o que não venha da órbita dos partidos políticos ou da capacidade de ‘negociação’ e lobbying dos grandes grupos económicos, simplesmente não avança/funciona), ao mesmo tempo que continuamos a assistir ao deprimente espetáculo da corrupção no seio das ‘classes’ dirigentes, e ao da sua impunidade devido à ‘ineficácia’ (propositada?) da Justiça.
É por isto que Portugal e Espanha (extensível a Itália e Grécia) vivem o pior dos dois mundos: o pior dos países desenvolvidos com o seu excesso de regulações e controle, mas num Estado que não sabe ou não quer permitir que a sua população beneficie disso, que torna sufocante a sua pressão ao intrometer-se com duvidosa legitimidade nas suas vidas privadas (controlando o teu acesso à conta bancária; dizendo-te como educar os teus filhos; impondo-te o número de animais que podes ter; despejando-te de casa…) e esconde a sua incompetência na burocracia; e o pior dos países subdesenvolvidos com os seus elevados níveis de corrupção (por parte da mesma elite que ‘constrói’ as leis mas que também as sabe contornar e beneficiar delas) e os seus procedimentos para obstaculizar à participação ativa da população no processo governativo.
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