(continuação da anterior)
Quer para com as Pessoas quer para com o Planeta (afinal não vai dar no mesmo?!), chegou a hora da responsabilidade. A próxima cimeira da terra (Dez. em Copenhaga) está aí, a clamar atenção e a dar-nos mais uma chance.
2010 será o ano a Biodiversidade e a União Internacional para a Conservação da Natureza (www.iucn.org) estima que 1 em cada 3 animais (são 18.000 espécies!!!) estão em vias de extinção – não por causas naturais mas pela afectação do seu habitat. O sapo anão da Tanzânia é apenas um exemplo. A causa ? O Homem (construiu uma barragem sobre o único habitat da espécie). Outras afecções graves da Terra: o topo do Kilimanjaro perdeu até 2007, 85% do gêlo que tinha em 1912 (segundo a Times) … O projecto Ice Care (www.icecare.org) está a divulgar o problema, e a viagem ao cume da mais alta montanha de África coincide com o inicio daquela cimeira.
Fernando Nobre, fundador da AMI, num grito de revolta, escreveu (em ‘Viagens contra a indiferença’): “Estamos num mundo em que se quer fazer do capitalismo feroz uma religião e da miséria e da pobreza pecados mortais. Estou cansado: recuso-me a tal desvario” e “Os yuppies das bolsas, da economia especulativa e das politicas irresponsáveis têm de ser tratados: subscrevo-hes doses maciças de bom-senso e de humanidade. Deixem-se de planar, meus senhores! Voltem à Terra que é tão bela e merece viver!! Acordem por favor! Se assim não for, voltaremos às instabilidades e às guerras”. É hora de intervir e de ser muito mais responsável.
Ver video da Greenpeace: http://www.greenpeace.org/portugal/videos/o-fundo-da-linha?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=roadtour4b
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Hora de responsabilidade … - Crónica 20
Nos dias conturbados em que vivemos, com os sucessivos escândalos económicos protagonizados pelos nossos politicos (alguns ex-), vem a propósito um trecho do meu próximo livro (já terminado e a aguardar publicação – http://aventuraaomaximo.blogspot.com/). Não para apaziguar a revolta que sentimos, mas para mostrar que há muito que os desportistas estão num domínio muito superior ao dos politicos, no plano ético e moral. (foto: glaciar Aletsch em agonia)
Em ‘Os novos Exploradores e a Aventura dos Sentidos’, escrevi: «O novelista inglês, Philip Kerr, autor do livro ‘The Book of Lies’, uma antologia de contos de falsidades, explica como as pessoas terão desenvolvido uma atitude de resignação face aos escândalos sem fim, que se verificam no mundo da politica e dos negócios (dos casos de inside trading aos de financiamento de campanhas partidárias, etc). Mas aceitar isso num desportista ou aventureiro, é outra coisa: “o desporto parece ser muito mais importante para as pessoas do que a politica (…) O desporto cruza as fronteiras étnicas e partidárias. Ocupa um dominio superior, e torna-se muito mais decepcionante quando figuras do desporto revelam ser, afinal, como toda a gente”. De acordo com esta análise parece estar o sociólogo australiano, John Barnes, autor do livro ‘A Pack of Lies’ - um estudo da história e sociologia da mentira. Diz ele que “o desporto implica um contraste com as considerações mundanas de trabalhar para ganhar a vida (…) Ser um desportista significa ser altruista.» …
Um amigo (que afinal eu não conheço assim tão bem) queixava-se que para fazer 5 milhões (possivel em Inglaterra mas não em Portigal, dizia) “não basta roubar, é preciso roubar muito” …. Questiono eu: mas porque é que se criou esta mania de que é preciso ter milhões para viver bem ?!? Lembro uma citação em ‘Viagens na minha Terra’ de Almeida Garrett (crónica de 19-07.09): “E eu pergunto … se já calcularam o número de indíviduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, … para produzir um rico. (…) cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.”
Fernando Nobre, fundador da AMI, conta no seu livro ‘Viagens contra a indiferença’, a longa caminhada de mais de 25 anos da sua “saga humanitária” para combater o que considera “as duas piores doenças da Humanidade: a Indiferença e a Intolerância”. Ora, nesta altura, parece-me que ‘responsabilidade’, ou neste caso a falta dela, é outra das ‘doenças’ que mais afecta a nossa sociedade e caberia neste lote. Falta-nos ‘responsabilidade’ para lidar com os problemas das pessoas, os problemas do país e os do planeta. Neste momento discute-se o futuro do planeta (na preparação da cimeira de Copenhaga) e parece que não há sensibilidade nem coragem politica para tomar as medidas necessárias. Creio que só chega a ver este problema com clareza alguém que passe por uma destas combinações (dose de ironia): inteligência e sensibilidade; muito dinheiro e aborrecimento; educação (académica) e séria degradação das condições económicas (foi o meu caso). Pede-se responsabilidade e bom senso …
Em ‘Os novos Exploradores e a Aventura dos Sentidos’, escrevi: «O novelista inglês, Philip Kerr, autor do livro ‘The Book of Lies’, uma antologia de contos de falsidades, explica como as pessoas terão desenvolvido uma atitude de resignação face aos escândalos sem fim, que se verificam no mundo da politica e dos negócios (dos casos de inside trading aos de financiamento de campanhas partidárias, etc). Mas aceitar isso num desportista ou aventureiro, é outra coisa: “o desporto parece ser muito mais importante para as pessoas do que a politica (…) O desporto cruza as fronteiras étnicas e partidárias. Ocupa um dominio superior, e torna-se muito mais decepcionante quando figuras do desporto revelam ser, afinal, como toda a gente”. De acordo com esta análise parece estar o sociólogo australiano, John Barnes, autor do livro ‘A Pack of Lies’ - um estudo da história e sociologia da mentira. Diz ele que “o desporto implica um contraste com as considerações mundanas de trabalhar para ganhar a vida (…) Ser um desportista significa ser altruista.» …
Um amigo (que afinal eu não conheço assim tão bem) queixava-se que para fazer 5 milhões (possivel em Inglaterra mas não em Portigal, dizia) “não basta roubar, é preciso roubar muito” …. Questiono eu: mas porque é que se criou esta mania de que é preciso ter milhões para viver bem ?!? Lembro uma citação em ‘Viagens na minha Terra’ de Almeida Garrett (crónica de 19-07.09): “E eu pergunto … se já calcularam o número de indíviduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, … para produzir um rico. (…) cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.”
Fernando Nobre, fundador da AMI, conta no seu livro ‘Viagens contra a indiferença’, a longa caminhada de mais de 25 anos da sua “saga humanitária” para combater o que considera “as duas piores doenças da Humanidade: a Indiferença e a Intolerância”. Ora, nesta altura, parece-me que ‘responsabilidade’, ou neste caso a falta dela, é outra das ‘doenças’ que mais afecta a nossa sociedade e caberia neste lote. Falta-nos ‘responsabilidade’ para lidar com os problemas das pessoas, os problemas do país e os do planeta. Neste momento discute-se o futuro do planeta (na preparação da cimeira de Copenhaga) e parece que não há sensibilidade nem coragem politica para tomar as medidas necessárias. Creio que só chega a ver este problema com clareza alguém que passe por uma destas combinações (dose de ironia): inteligência e sensibilidade; muito dinheiro e aborrecimento; educação (académica) e séria degradação das condições económicas (foi o meu caso). Pede-se responsabilidade e bom senso …
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